quinta-feira, 30 de agosto de 2007

TURQUIA


Bibliotéca em Éfessus, na Turquia (foto).

A Turquia (Türkiye, em turco), cujo nome oficial é República da Turquia (Türkiye Cumhuriyeti), é um país eurasiático constituído por uma pequena parte européia, a Trácia, e uma grande parte asiática, a Anatólia. Limita com oito países: a Bulgária a noroeste, a Grécia a oeste, a Geórgia a nordeste, a Armênia, o Irã e o Nakichevan azerbaijano a leste, e o Iraque e a Síria a sudeste. É banhada pelo Mar Negro ao norte, pelo Egeu e o Mar de Mármara a oeste e pelo Mediterrâneo ao sul. Sua capital é Ancara.
Nos termos da constituição turca, a Turquia é uma república democrática, secular e constitucional cujo sistema político foi estabelecido em 1923, após o fim do Império Otomano. Atualmente, negocia sua adesão como membro pleno da União Européia.
A Turquia e seus Estados antecessores foram uma ponte entre as culturas ocidental e oriental e o centro de diversas grandes civilizações.
História
Devido a sua posição estratégica entre a Ásia e a Europa, a Anatólia foi o berço de diversas civilizações desde os tempos pré-históricos, como atestam alguns assentamentos neolíticos. A povoação de Tróia começa no Neolítico e adentra a Idade do Ferro. Ao longo da história, os anatólios falaram línguas indo-européias, semíticas e kartvelianas, bem como algumas de afiliação incerta. Dentre os povos da Idade do Ferro que colonizaram ou invadiram a Anatólia, podem-se destacar os frígios, os hititas, os lídios, os lícios, os celtas, os urartu, os curdos, os cimérios, os armênios, os persas e os gregos.
À conquista gradual da Anatólia das mãos dos bizantinos pelos turcos seljúcidas seguiu-se a constituição do Império Otomano. No final do século XVI, no zênite de sua civilização, o Império Otomano incluía a Anatólia, os Bálcãs, o norte da África, o Oriente Médio, a Europa Oriental e o Cáucaso, com uma área total de 5,6 milhões km². Os otomanos interagiram com culturas a leste e a oeste ao longo de seus 624 anos de história.
Nos séculos XVI e XVII, o Império Otomano era um dos Estados mais poderosos do mundo, freqüentemente colidindo com as potências da Europa Oriental, ao avançar através dos Bálcãs e da porção sul da Comunidade Polaco-Lituana. Sua marinha também era uma força considerável no Mediterrâneo. Em diversas ocasiões, o exército otomano atingiu a Europa Central, sitiando Viena em 1529 e 1683, numa tentativa de conquistar o território dos Habsburgos. Foi repelido apenas por meio de grandes coalizões terrestres e marítimas formadas por potências européias.
A Turquia aderiu à OTAN em 1952. Em 1974, interveio militarmente em Chipre, em reação a um golpe de gregos cipriotas, levando à criação da República Turca de Chipre do Norte, não reconhecida por nenhum outro Estado exceto a Turquia.
A República da Turquia vivenciou uma série de golpes e, a partir dos anos 1970, períodos de instabilidade política e dificuldades econômicas. As eleições de 2002 levaram ao poder central o Partido da Justiça e Desenvolvimento, conservador, chefiado pelo ex-prefeito de Istambul, Recep Tayyip Erdoðan. Em 2005, a União Européia iniciou o processo de negociação com vistas à eventual adesão plena do país, que já é membro associado desde 1964.

Política
A Turquia é uma república democrática, multi-partidária e secular, com um sistema de governo parlamentarista. O presidente da República, eleito pela Grande Assembléia Nacional para um mandato de sete anos, é o chefe de Estado. O governo é chefiado por um primeiro-ministro e composto pelo conselho de ministros. O poder Legislativo compete ao governo e à Grande Assembléia Nacional. O poder Judiciário é independente do Executivo e do Legislativo.
As forças armadas da Turquia exercem um papel informal na política do país, autodefinindo-se como as guardiãs da natureza secular e unitária da república. Os partidos políticos considerados anti-seculares ou separatistas pelo Judiciário podem ser proibidos.
A Turquia é membro das Nações Unidas e do Conselho da Europa, bem como de OTAN, OCDE, OSCE e OCI. Atualmente, prosseguem as negociações para a acessão do país à União Européia.

Geografia
Istambul e o Bósforo.
O território da Turquia encontra-se na Eurásia e apresenta um formato aproximadamente retangular, com uma extensão L-O de 1.660 km e N-S de menos de 800 km. A área total do país, inclusive as superfícies lacustres, dos quais 97% se encontram na Anatólia (também conhecida como Ásia Menor), no oeste da Ásia, e 3%, na Europa.É o 36º país em território, comparável em área ao Chile, sendo um pouco menor do que o estado brasileiro do Mato Grosso.
As diversas regiões da Turquia apresentam climas diferentes. Os litorais egeu e mediterrâneo têm invernos frios e chuvosos e verões quentes e relativamente secos. As montanhas próximas ao litoral impedem que a influência do Mediterrâneo avance para o interior, conferindo às regiões longe da costa um clima continental com estações diferenciadas. O planalto central anatólio é mais sujeito a extremos do que as regiões litorâneas, apresentando invernos especialmente rigorosos.
A principal cidade do país, Istambul (anteriormente chamada Bizâncio, depois Constantinopla), encontra-se entre a Trácia e a Anatólia, dividida ao meio pelo estreito do Bósforo. Trata-se da única cidade do mundo a cavaleiro de dois continentes.
Economia
A economia turca constitui-se num misto complexo de indústria e comércio modernos e um setor agrícola tradicional que, em 2005, ainda era responsável por 30% dos empregos. A Turquia dispõe de um setor privado forte e em rápido crescimento, mas o Estado ainda desempenha uma papel preponderante nas áreas de indústria de base, bancos, transporte e comunicações.
A Turquia iniciou uma série de reformas nos anos 1980 com o objetivo de reorientar a economia de um sistema estatista e isolado para um modelo mais voltado para o setor privado. As reformas provocaram um crescimento econômico acelerado, embora com episódios de forte recessão e crises financeiras em 1994, 1999 e 2001. A incapacidade de implementar reformas adicionais, combinada com déficits públicos grandes e crescentes e corrupção generalizada, resultou em inflação alta, volatilidade econômica e um setor bancário fraco. O governo viu-se então forçado a deixar a lira turca flutuar e a adotar um programa de reformas econômicas mais ambicioso, inclusive com uma política fiscal mais rígida e com níveis sem precedentes de empréstimos do FMI.

Religião
A Mesquita Azul, em Istambul.
Nominalmente, 99% da população da Turquia são considerados muçulmanos, em sua maioria pertencentes ao ramo sunita do Islão. Há também uma minoria significativa de xiitas duodecimanos.
O restante da população (1%) pertence a outras religiões, principalmente cristãos (ortodoxos gregos, apostólicos armênios, ortodoxos siríacos, católicos romanos e protestantes), judeus e bahá'ís
Diferentemente de outras sociedades muçulmanas, a Turquia possui uma forte tradição secularista. Embora o Estado não promova nenhuma religião, observa de modo constante o relacionamento entre as diversas fés. A constituição proíbe a discriminação com base na religião e prescreve a liberdade religiosa. Por outro lado, veda o envolvimento das comunidades religiosas no processo político-partidário.


Texto enviado por Daniel Trondoli e Arthur, 8ª série

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