quarta-feira, 29 de agosto de 2007

PAQUISTÃO


O pico K2, com 8 611 m., é o segundo ponto culminante do mundo.

O Paquistão é um país do subcontinente indiano, limitado a norte pelo Afeganistão e pela República Popular da China, a leste pela Índia, a sul pelo Mar da Arábia e a oeste pelo Irã. Capital: Islamabad.

Economia:
A economia do Paquistão é influênciada pelo facto de o Paquistão ser um país muito populoso afectado por disputas religiosas e políticas internas, falta de investimento estrangeiro e uma confrontação custosa com a vizinha Índia. A posição económica do Paquistão tem melhorado nos últimos anos, graças a uma grande melhoria na taxa de câmbio, um superavit na conta corrente e um crescimento rápido nas reservas de divisas fortes.
A economia paquistanesa, que se pensava ser muito vulnerável a choques internos e externos, revelou uma resistência inesperada face a acontecimentos adversos como a crise financeira asiática, a recessão global, a seca, as acções militares pós-11 de Setembro no Afeganistão e as tensões com a Índia. No período de dois anos e meio desde os ataques de 11 de Setembro, o índice bolsista paquistanês KSE-100 foi o que se comportou melhor em todo o mundo.

Geografia:
O Paquistão possui uma superfície de 804 000 km² e fronteiras comuns com o Irã (900 km), a sudoeste, o Afeganistão (2 400 km), a oeste e ao norte, a China (520 km), a nordeste, e a Índia (2 900 km), a leste. Ao sul, é banhado pelo Mar Arábico ao longo de 1 050 km de costa.
O relevo é formado por altos picos no norte (como o monte K2 que, com 8 611 m, é o segundo ponto culminante do planeta), montanhas áridas a oeste, um planalto inóspito no sudoeste, o deserto do Cholistão no sudeste e planícies aluviais ocupadas pela atividade agrícola no restante do país.
É naquelas planícies (cerca de um terço do território) que se encontra a maior parte da população do Paquistão. O rio Indo, que nasce no Tibete, corre por 2 500 km o país, no sentido norte-sul, e escoa no Mar Arábico, formando um imenso delta.

O Paquistão está sujeito a terremotos, como demonstrou o evento de 8 de outubro de 2005, bem como a inundações e a ciclones. O país encontra-se a cavaleiro de duas placas tectônicas, a da Ásia Meridional e a eurasiática.
Os principais rios do Paquistão são o Indo (2 900 km, no total), o Sutlej (1550 km), o Chenab (1 200 km), o Ravi (900 km) e o Jhelum (800 km).
Seus principais picos são o K2 (8 611 m), o Nanga Parbat (8 125 m), o Gasherbrum (8 068 m), o Broad Peak (8 047 m) e o Gasherbrum II (8 035 m).

Demografia:
O Paquistão conta com 165 803 560 habitantes (dados de 2006), o que o faz o sexto maior país do mundo em população, atrás do Brasil, que, estima-se, ultrapassará em 2020. As projeções populacionais são complicadas no país, devido a discrepâncias entre os censos e entre pesquisas. A taxa de crescimento populacional foi estimada em 2,4% em 2005, com uma taxa de mortalidade infantil da ordem de 85 por mil nascimentos, considerada alta.
A língua nacional do país é o urdu, embora o inglês seja o idioma oficial empregado na constituição e amplamente falado nos círculos de negócios e na maioria das universidades. O punjabi é falado por mais de 60 milhões de pessoas, mas não goza de reconhecimento oficial. A grande maioria dos paquistaneses pertence ao grupo étnico indo-ariano, embora haja também um número considerável de povos irânicos e uma quantidade menor de dravídicos. Tais grupos étnicos principais subdividem-se em contingentes menores: punjabis (44,68% da população), pachtuns (15,42%), sindis (14,1%), seraikis (10,53%), muhajires (7,57%), balúchis (3,57%) e outros (4,66%).
Os dados do censo indicam que 96% da população são muçulmanos, dos quais 80% sunitas e 19% xiitas. O Paquistão apresenta a segunda maior população xiita do mundo, após o Irã. O restante inclui cristãos, hindus, judeus, siques, animistas e outros.
A demografia do Paquistão foi significativamente influenciada em 1947 pela imigração de muçulmanos e pela emigração de hindus e siques para a Índia. Em 2005, mais de três milhões de refugiados (dos quais 81,5%, aproximadamente, são pachtuns étnicos) permanecem no Paquistão, devido às guerras no Afeganistão, segundo o Alto Comissariado para Refugiados das Nações

Subdivisões:
O território paquistanês reconhecido internacionalmente subdivide-se em quatro províncias e dois territórios. Ademais, a porção da Caxemira que é governada pelo Paquistão divide-se em duas unidades administrativas separadas.
As províncias paquistanesas dividem-se em 105 distritos, chamados zillas. Estes, por sua vez, subdividem-se em tehsils (algo como condados). Os tehsils contêm vilarejos ou municípios.
Províncias
1. Baluchistão
2. Província da Fronteira Noroeste
3. Punjab
4. Sind
Territórios
5. Território da Capital Islamabad
6. Território federal das Áreas Tribais
Partes da Caxemira administradas pelo Paquistão
7. Caxemira Livre (ou Azad Kashmir: "azad" significa "livre" em urdu)
8. Áreas do Norte

Política:
Oficialmente uma república federativa, o Paquistão tem uma longa história de alternância entre democracia eleitoral e o autoritarismo. As eleições mais recentes ocorreram em outubro de 2002. O país é parlamentarista, tendo atualmente como presidente da república o general Pervez Musharraf e como primeiro-ministro Shaukat Aziz.
Partidos políticos
Os dois principais partidos políticos do Paquistão são o Partido Popular Paquistanês e o centrista Liga Islâmica do Paquistão.

História:
Nascimento do Paquistão
A Segunda Guerra Mundial constituiu-se em oportunidade para os nacionalistas indianos, perante um governo britânico desejoso da cooperação indiana durante o conflito. Gandhi e o Congresso lançaram então o movimento Quit India ("Deixem a Índia", bordão dirigido aos britânicos), ao qual a Liga Muçulmana não se associou de maneira formal. Seguiu-se um período de violência descontrolada na Índia, provocado pela repressão ao movimento de desobediência civil de Gandhi e agravado pela fome catastrófica que levaria à morte três milhões de pessoas na Bengala, em 1943.
Partição e independência
Decididos a abandonar a Índia a partir de 1945, os britânicos depararam em 1946 com a multiplicação dos confrontos sangrentos entre a comunidade muçulmana, de um lado, e as comunidades siques e hindus, de outro. A Liga, que continuava a exigir a criação de um Estado distinto nas regiões de maioria islâmica, sagrou-se vencedora na maior parte das zonas eleitorais muçulmanas nas eleições de 1946. Os britânicos decidiram-se, então, em favor da partição do país, apesar da oposição de Nehru e Gandhi. A Lei de Independência Indiana (Indian Independence Act) aprovada pelo parlamento britânico, entrou em vigor à 00:00 h do dia 15 de agosto de 1947, momento em que o Reino Unido transferiu a soberania local para os novos Estados independentes da Índia e do Paquistão, que se tornam então membros da Commonwealth.
O novo Estado de maioria muçulmana viu-se imediatamente dividido em duas regiões distintas, separadas por 1 700 km: o Paquistão Oriental (que se declararia independente em 1971 com o nome de Bangladesh), e o Paquistão Ocidental, composto pelo Sind, Punjabe Ocidental, Baluchistão, província da Fronteira Noroeste e alguns outros territórios menores.
A partição deu causa a enormes deslocamentos populacionais. Mais de seis milhões de muçulmanos indianos refugiaram-se no novo Estado paquistanês, enquanto que igual número de hindus e siques abandonaram o Punjabe rumo à Índia, devido à violência e aos massacres de fundo étnico que deixaram mais de 500 000 vítimas. Não obstante, um terço dos muçulmanos continuou a residir na Índia.

Formação do Estado e a questão da Caxemira
Muhammad Ali Jinnah, denominado Qaid-i-Azam ("Luz da Nação"), tornou-se o governador-geral do novo Estado, com Liaquat Ali Khan no cargo de primeiro-ministro. O Paquistão deu início a sua vida nacional sem funcionários públicos qualificados e sem infra-estrutura administrativa na capital improvisada de Carachi. Mesmo assim, foi confrontado com a necessidade de lidar com refugiados, dar partida numa economia autônoma e instituir e treinar forças armadas.Após o fim do domínio britânico, o dirigente hindu do Jammu e Caxemira, marajá Hari Singh, da dinastia Dogra, pediu o auxílio do exército indiano para rechaçar as incursões de tribos pachtuns provenientes do Paquistão e apoiadas por parte da população local e, veladamente, pelo exército paquistanês. Em 26 de outubro de 1947, em que pese o fato de a maioria da população de Jammu e Caxemira (78 por cento) ser muçulmana, o marajá assinou o tratado de adesão à Índia, abrindo caminho para que as forças indianas entrassem naquele principado. O Paquistão não aceitou a decisão do marajá caxemira, que marcou o início de uma série de conflitos armados entre as forças armadas indianas e paquistanesas. O cessar-fogo negociado sob a égide da ONU entrou em vigor em janeiro de 1949 e, com base na chamada linha de controle (que separa as forças dos dois países), a Índia manteve o controle de dois terços da Caxemira, que passaram a formar o estado federal indiano de Jammu e Caxemira, com capital em Srinagar; o Paquistão administra o terço restante, que subdividiu em Caxemira Livre (com capital em Muzaffarabad) e Territórios do Norte (com capital em Gilgit).
Texto enviado por Juliane Herdoim, da 8ª série. Trabalho de pesquisa - Geografia.

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